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HOJE FAZ UM ANO...

Olá meus amores e minhas amoras, tudo bem com vocês?

Hoje é um dia muito especial pra mim, no dia 30/07/2016, foi o dia que recebi alta da minha primeira pulsoterapia, foi o dia que percebi que entrei no hospital sem enxergar e saí de lá sem enxergar e sem andar.
Foi o dia em que pensei que nunca mais iria andar na vida, até ali já tinha visto algumas histórias, de como a EM pode ser cruel com as pessoas, de como uma pessoa de um dia pro outro, vai parar em uma cadeira de rodas, de como uma pessoa totalmente independente, dona de si e segura, pode de uma hora para outra, pode se tornar apenas a sombra do que foi um dia...

E isso tudo acontece tão rápido... Um surto apenas, pode deixar sequelas irreversíveis, pode causar danos irreparáveis, pode acabar com planos, espectativas, sonhos, pode acabar até com a esperança das pessoas.

Imagine só, você viver dia após dia, sentindo todos os dias a EM te rondando... Se lembrando a todo tempo, que ela está ali que você não está sozinha, que você perdeu o domínio sobre o seu corpo e que só Deus sabe, como você estará no dia seguinte...

É muito, muito difícil, o segredo é se manter otimista, manter a garra, se apegar à cada melhora, à cada conquista, se manter controlada emocionalmente e acreditar que você pode mais.

Hoje completa um ano que tive alta, um ano que eu pensei que nunca mais fosse andar... E estou andando, voltei a andar acho que muito por conta da minha teimosia... Eu não aceitava ficar naquele estado, não aceitei sentir pena de mim mesma... Fui me forçando todos os dias, primeiro eu ficava em pé cinco minutos, algumas vezes ao dia.
Depois eram dez minutos... Quinze, vinte. Lembro me como se fosse hoje, a primeira vez que consegui tomar banho em pé, chorei como criança... O mesmo aconteceu, quando consegui andar até a esquina da minha rua.
Foram pequenas conquistas, um passo de cada vez, ainda sinto nas pernas o peso do que aconteceu a um ano atrás, ainda não consigo percorrer um caminho muito longo, minhas pernas não tem mais a mesma força que tinha antes daquele surto, sinto insegurança de sair, se o passeio exige que eu passe muito tempo em pé, ou que eu caminhe bastante.
Alguns dias dependendo da minha bengala, mas só de pensar no que passei ao ficar sem andar, meu Deus, eu sou uma pessoa de muita sorte. Por ter voltado a andar, eu tenho muita sorte...

Era isso que eu queria dividir com vocês hoje.
Grande beijo no coração.